Tic Tac. 07:54




Eu vivo de detalhes e vivo por detalhes.
Focada nos menores, consequentemente os mais importantes. Desde que a vida me apresentou o meu próprio sorriso e me ensinou a andar com minhas respectivas pernas, eu detalho cada passo dado e aprendi a nao ser tao menos detalhista quando o assunto é sentimento. E mesmo tentando detalhar tudo, nao sei ao certo quando começamos a sentir e quando devemos deixar de sentir. Talvez sentir seja de fato gasolina desse carro que só anda mesmo sobre uma roda, feita de um coraçao que sente, que sente muita saudade.
Como de costume, saudade bate sempre que a vida vem com responsabilidades maiores que aquelas que eu estava acostumada a carregar dentro da bolsa, e nao esquecer a escova de cabelo se transformou em um drama quando eu me vi descabelada, chegando perto da realizaçao de um sonho. E me vendo assim com faca e o queijo na mao, me deu medo de cortar o pedaço errado, e rodeada de certezas que me fazem estar certa de que este é o caminho certo (ufa)! Eu senti medo e senti o peso da responsabilidade, nao na bolsa, mas no coraçao.
E veio saudade do barulho de chucalhos e de ouvir no mínimo tres vezes pela manha aquela voz que me dizia "toma leite, toma leite e toma leite", eu cobria pontilhados e fazia carta pra professora, me fantasiava de miss, sorria daquele jeito que só as maes sabem e era muito feliz na minha incrível responsábilidade de tomar leite toda manha.
Depois de algum tempo, claro que o leite se transforma em uma porçao de coisas que difícil mesmo é contar nos dedos. E o tempo passa, responsabilidades aumentam, como o tempo nao pára, nao existe lá um grau específico aos responsáveis de plantao! De responsabilidade, ninguem está imuni.
E por falar em tempo, tempo é irmao gemeo da minha saudade, e a forma como ele costuma correr por aqui... me fez ver a cidade se cobrir de luzes e me ver montando a arvore de Natal como em todo fim de ano.
Opa! Fim de ano... mas já acabou? É, e natal, é dezembro. Dezembro por sua vez, o ultimo mes de cada ano. Estamos entao no penultimo? E tomei um susto desses que só filmes de suspense me fazem ficar em pé no sofá quando a mocinha é surpreendida pelo vilã.
Estranho e diferente de muita gente. Só sinto o tempo escorrer pelos meus dedos quando termina dezembro e está pra começar janeiro. É quando termina um, só pra começar outro!
E mesmo sem sentir, o relógio rodou, rodou, umas... milhoes de vezes...
Esqueci dos relógios, me perdi no tempo e só acordei com um estalar de dedos.
Talvez estava muito ocupada digamos que... vivendo? vi ven do !
É... vivendo!

E já estou com saudades do ano que vem! =)


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