Sem contrato. 09:23



Acordar assustada por um barulho que não se sabe nem de onde vem é de tremer pernas, morder lábios e até arrepiar os cabelos. Um estouro, explosão. Bum! Cadê, cadê, cadê? Não fui eu, não fui eu. Onde? Cadê? E nada. Os ouvidos deviam lá está meio atordoados como eu, porém, não estavam loucos. Nem eu. Procurei pela fumaça e nada... Foi então que doeu e doeu forte. Não que tenha disparado em minha direção, mas a tal bomba acabara de explodir dentro de mim. Mas como? Aquele barulho todo, pra que, por quê? Meu coração já sem forças, não grita... Sussurra... Interroga e exclama. Quer entender, saber por quê... Ta faltando alguma coisa, eu estou inteira, mas ele não está completo. Eu tão segura e ele tão incerto. E me fez um questionário logo pela manha, depois de um susto daqueles e de um chá gelado pra reconstruir as idéias, a conversa foi longa e durou um dia inteiro. Antes, durante e após refeições. Na faculdade, no intervalo, academia, durante o sono da tarde. Eram perguntas feitas e refeitas, respondidas e debatidas. Dúvidas, contradições... Nossa! E pela noite um cansaço gigante me fez não encostar, mas desabar a cabeça no travesseiro que nem o pescoço agüentava mais, um cansaço que me arrancou o sono e o medo. E dessa vez quem explodiu com a bomba foi eu, que quase matou de susto meu coração. Coitado. - Então coração, sejamos sinceros um com o outro, esquece tudo o que te ensinei sobre amor. Esquece a melodia, a trilha sonora e todo aquele dengo. Ou melhor, deixa pra depois. Pra bem depois. Amor, de amar não dá. Sinto muito, sinto pelo senhor que anda meio cansado, mas conjugue o verbo gostar comigo agora, já... Eu gosto, gosto de gostar, gostar é mais fácil, cansa menos e não dá dor de barriga, nem frio na espinha, mas arrepia o corpo inteiro (essa é a melhor parte). Gostar é bom, garanto. Confia em mim. Esqueça a teoria da analise, e perca os freios até mesmo diante de uma situação de risco, acionamos o Air Bag e fica tudo bem. Combinado?
Silencio. Silencio absoluto. Peguei no sono, o sono me pegou. Não me lembro bem como, assim como não me lembro de ter lhe mostrado o contrato, a assinatura não consta, será que ta combinado mesmo? Será que ele topou? Entendeu e aceitou?
Ai coração... Deixa eu continuar minha, só minha, deixa, deixa. Eu gosto assim! Deixa desse jeito torto, louco, maluco. Eu gosto assim! Gosto sim. Inteira, intacta, absoluta e minha. Mesmo voltando pra casa querendo ser de alguém, mesmo indo dormir querendo amar alguém... Mesmo querendo braços em vez de travesseiros, mesmo querendo cheiros, pescoço, nuca e cabelo. Mesmo querendo mais, um pouco mais dessas coisas toda que é ser de alguém Por mais que tente, nunca me basto. Mas deixa assim, eu até que gosto assim. Gosto sim.

1 comentários:

Carmen disse...

Contratos a parte... Temos que tentar de novo e de novo. É bom acordar as vezes e ver que aquela roupa de princesa está feia e velha e que a nossa nova roupa é muito mais bonita e brilhante. Que ser humano nos faz ser muito, mas muito mais feliz. Contos de fadas são apenas palavras que assim como os papéis, quando jogados aos vento, não podem ser todos recolhidos, portanto, não deixe seu coração acreditar em tudo que ouve e nem tudo que lê. Seja feliz num mundo real... O prínceipe vai chegar em breve, não estará num cavalo branco, mas quem se importa com o cavalo, se o cavaleiro for HUMANO?
Beijos querida... Boa semana!!