Não cabe mais. | 20:38 |
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Por um ângulo diferente, onde o torto distorce mais ainda, a vista de embaçada parece tão convicta do que vê que senti medo. O sutiã aumentou de número, a vida tomando enfim um rumo e um jeito de menina que não me cabe mais. E esse medo de ser mulher me tirou o sono, é ameaçador, de um jeito que impõe, sem mais motivos, sem regras...
Salto alto e batom vermelho faziam parte do time de lá, e eu cá, com meus contos fantasiados em cima da minha Vida real. Entre romances melosos e o mau caráter dos homens, eu me equilibrei no scarpin vermelho e segurei no corrimão da escada pra não correr o risco de tropeçar, pra não arriscar, por medo, por medo de não agüentar, de não suportar e principalmente não acreditar. Não acreditei em mim mulher, e me abracei em forma de menina, de um jeito tolo como criança tola, bati o pé, quis proteção, segurança, certeza. Chorei comigo, pedi abrigo. Não quero nuvens de aço, cadê meu algodão? Os romances e a certeza do final feliz... Cadê?
Sabe aquele vestido rodado? Não cabe mais. Sabe a barra da saia da mãe? Não cabe mais. Sonhos se transformaram em planos por não caber mais. Não cabem mais os sapatos. O meu medo. E deixar pra depois, não me cabe mais.
E eu quis correr escada abaixo, a vontade era de fugir, largar, não encarar, abrir mão. Mas segurei firme, apertei os dedos gelados contra a bolsa e enfrentei o bicho, o próprio espelho. Me encarei. Eu e todo o meu medo. Contra mim e toda minha coragem. Pés firmes. Eu aceitei a condição. E descobri que ser mulher é muito mais do que supunha. É coragem. E não só aumentar o número do sutiã. É aumentar o número do grau de responsabilidade. Ser mulher é mais que salto agulha em sábado à noite. É o equilíbrio constante em situações diárias. Ser mulher é deixar de ser menina, sem deixar de acreditar em criança. É ter medo com coragem. É dar um tiro no escuro. É um risco arriscado muito bem recompensado. É entrega. Conquista. Sou eu contra mim mesma. Eu dependendo de mim. Sem mais. Ser mulher é como escrever um livro, onde todo aquele medo faz valer à pena cada capítulo.
Sabe aquele vestido rodado? Não cabe mais. Sabe a barra da saia da mãe? Não cabe mais. Sonhos se transformaram em planos por não caber mais. Não cabem mais os sapatos. O meu medo. E deixar pra depois, não me cabe mais.
E eu quis correr escada abaixo, a vontade era de fugir, largar, não encarar, abrir mão. Mas segurei firme, apertei os dedos gelados contra a bolsa e enfrentei o bicho, o próprio espelho. Me encarei. Eu e todo o meu medo. Contra mim e toda minha coragem. Pés firmes. Eu aceitei a condição. E descobri que ser mulher é muito mais do que supunha. É coragem. E não só aumentar o número do sutiã. É aumentar o número do grau de responsabilidade. Ser mulher é mais que salto agulha em sábado à noite. É o equilíbrio constante em situações diárias. Ser mulher é deixar de ser menina, sem deixar de acreditar em criança. É ter medo com coragem. É dar um tiro no escuro. É um risco arriscado muito bem recompensado. É entrega. Conquista. Sou eu contra mim mesma. Eu dependendo de mim. Sem mais. Ser mulher é como escrever um livro, onde todo aquele medo faz valer à pena cada capítulo.
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