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Pra me tirar do sério. | 18:05 |
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Você sempre aparece nos meus sonhos mais malucos. E talvez não seja a toa que nossa realidade seja tão absurda. Somos absurdos. E pra me enlouquecer você me liga no meio da noite. Não, o meu celular não toca. Mas você aperta o play, esqueço onde é o pause e penso em você a madrugada inteira. No sono e na ausência dele você se faz sonho e pesadelo em mim. Você me procura em tudo, e eu te encontro aqui. Você é louco. E pra me tirar do sério você me sorri daquele jeito que eu gosto, e chega tão perto que é impossível te mandar pra bem longe depois de sentir teu perfume me invadir de tal forma que talvez até mandasse você pro espaço, mas com a condição de me levar junto. Gosto de você de vez em quando, e isso é um absurdo. Como gostar de você ás vezes? Você não me cansa. E eu gosto dessa insegurança segura. Dessa instabilidade estável e desse teu jeito maleável de conseguir o que quer. Gosto quando você me olha nos olhos, mas odeio o jeito que você fala comigo. Você é fraco e essa tua fraqueza te deixa forte. Tão forte a ponto de me carregar no colo e me envolver nos braços. Você não sabe amar. Não quer amar. Não sabe me amar. Não sabe de nada do que quero, do que preciso. Eu também não sei amar. Não quero ser amada por você. Eu nem gosto de você. Odeio tanta coisa em você. É tão estranho, desconhecido. Mas não erro o passo, com você eu não tropeço. Você é todo errado, que de tão errado por um descuido, você acerta. Pra me tirar do sério você existe, e faz o que não gosto, do jeito que eu não gosto e me faz de odiar tanto a ponto de não entender como eu odeio todo esse teu jeito e quero tanto te ter sempre por perto. É, eu até que gosto de você. Pouco. Menos que pouco. É quase nada. Uma faísca de sentimento. É uma coisinha que chega a incomodar. Mas gosto. E falo sério.
Querer insano. | 14:48 |
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Elas e Ele. | 13:34 |
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Ele é do tipo que com mulher não tem problema, e o problema delas, acreditem: é ficar sem ele. A agenda do celular tem para todos os gostos, com colorações de cabelo, bocas, pernas e sobrancelhas diferentes. Todo dia sempre que faminto escolhe o prato do dia. O cardápio, por favor? E vai passando por Anas, Brunas, Camilas... Enquanto elas esperam pela ligação e por aquela voz enlouquecedoramente atraente, em um tom grave e calmo, com palavras perfeitamente soletradas, nem alto nem baixo, o suficiente para enlouquecer a da vez. A coitada que do outro lado da linha, morre, mordendo o travesseiro, concordando com “hunrrum” no final de cada frase sínica e cheia de tons de ironias pra lá de convincentes. É claro que ela vai topar, como todas. Ela sabe que é mais uma, mas ela topa, ela topou e vai sair com ele! E ela liga para as amigas e conta o que já não é novidade, escolhe roupa, alisa o cabelo, o gloss é da Victoria Secrets, o cheiro que ele já conhece, mas depois de tantos outros cheiros cabelos e ombros, ele de fato, desconhece. E quer saber? Pouco importa. Porque mesmo sabendo que ele vai chegar vestindo uma cara de pau que ela já conhece, sorrindo de um jeito que não convence, com aquele olhar meio tarado e com aquela barba mal feita... Ela topa! Ela sabe que ele não liga no dia seguinte, só uma semana depois. Ela sabe que ele controla o mundo inteiro com aquele charme irresistivelmente lindo. E ela sabe que ele a controla também. Ela sabe que naquele banco de couro surrado, sujo, imundo, grudou cabelos molhados com creme de pentear da pior marca do mercado, ah... ela sabe que o paladar dele vez ou outra não é dos melhores. E ela sorri, no seu faz de conta que tudo vai ser perfeito. Coitada. É aí que ela desmonta, e desaba, despenca em queda livre sem direito a Red Bull para criar asas e nem proteção de bungee jumping. E se esborracha no chão, como em inúmeras vezes. Espera dele um pouco mais do que essa coisa todo de escuro. E já com as idéias bem claras, percebe mesmo que não vale à pena esperar. E depois de acender a luz, ela volta pra casa, querendo um pouco mais dele, e ele querendo a próxima. Volta cheia, entalada por um sentimento de culpa, de queda e de saudade. E ele ainda com fome, cheio de vaidade. Ela não quer mais, jura ser a ultima vez que isso acontece. Jura para si mesma, pras amigas, jura pro espelho, pro travesseiro mordido, jura olhando a foto dele, jura apagando o número dele (que já sabe de cor), jura, jura, jura tudo em falso, jura tudo em tom de Não. Esperando o celular tocar, e ela sabe que ele liga que ele procura que ele convence... E ela sabe que topa. Topa cair de novo. Topa quebrar a cara. Topa não sentir nada. Ela topa e vai continuar topando... Mas até quando? Até o dia em que ela conseguir por fim nessa Refeiçao. Nao topar e ainda conseguir desejar Bom apetite, ou melhor ,morra de fome.
Sem contrato. | 09:23 |
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Acordar assustada por um barulho que não se sabe nem de onde vem é de tremer pernas, morder lábios e até arrepiar os cabelos. Um estouro, explosão. Bum! Cadê, cadê, cadê? Não fui eu, não fui eu. Onde? Cadê? E nada. Os ouvidos deviam lá está meio atordoados como eu, porém, não estavam loucos. Nem eu. Procurei pela fumaça e nada... Foi então que doeu e doeu forte. Não que tenha disparado em minha direção, mas a tal bomba acabara de explodir dentro de mim. Mas como? Aquele barulho todo, pra que, por quê? Meu coração já sem forças, não grita... Sussurra... Interroga e exclama. Quer entender, saber por quê... Ta faltando alguma coisa, eu estou inteira, mas ele não está completo. Eu tão segura e ele tão incerto. E me fez um questionário logo pela manha, depois de um susto daqueles e de um chá gelado pra reconstruir as idéias, a conversa foi longa e durou um dia inteiro. Antes, durante e após refeições. Na faculdade, no intervalo, academia, durante o sono da tarde. Eram perguntas feitas e refeitas, respondidas e debatidas. Dúvidas, contradições... Nossa! E pela noite um cansaço gigante me fez não encostar, mas desabar a cabeça no travesseiro que nem o pescoço agüentava mais, um cansaço que me arrancou o sono e o medo. E dessa vez quem explodiu com a bomba foi eu, que quase matou de susto meu coração. Coitado. - Então coração, sejamos sinceros um com o outro, esquece tudo o que te ensinei sobre amor. Esquece a melodia, a trilha sonora e todo aquele dengo. Ou melhor, deixa pra depois. Pra bem depois. Amor, de amar não dá. Sinto muito, sinto pelo senhor que anda meio cansado, mas conjugue o verbo gostar comigo agora, já... Eu gosto, gosto de gostar, gostar é mais fácil, cansa menos e não dá dor de barriga, nem frio na espinha, mas arrepia o corpo inteiro (essa é a melhor parte). Gostar é bom, garanto. Confia em mim. Esqueça a teoria da analise, e perca os freios até mesmo diante de uma situação de risco, acionamos o Air Bag e fica tudo bem. Combinado?
Silencio. Silencio absoluto. Peguei no sono, o sono me pegou. Não me lembro bem como, assim como não me lembro de ter lhe mostrado o contrato, a assinatura não consta, será que ta combinado mesmo? Será que ele topou? Entendeu e aceitou?
Ai coração... Deixa eu continuar minha, só minha, deixa, deixa. Eu gosto assim! Deixa desse jeito torto, louco, maluco. Eu gosto assim! Gosto sim. Inteira, intacta, absoluta e minha. Mesmo voltando pra casa querendo ser de alguém, mesmo indo dormir querendo amar alguém... Mesmo querendo braços em vez de travesseiros, mesmo querendo cheiros, pescoço, nuca e cabelo. Mesmo querendo mais, um pouco mais dessas coisas toda que é ser de alguém Por mais que tente, nunca me basto. Mas deixa assim, eu até que gosto assim. Gosto sim.